Ontem fizemos a
barba, hoje o cabelo e amanhã faremos o bigode.
Frase de Ideli Salvati, ministra das relações institucionais, ao telefone, para José Ribamar, o Sarney que é presidente do Senado, sobre a aprovação da emenda 29 que beneficia o governo ao evitar que seja obrigado a investir 10% de sua receita na área da Saúde.
Fazer barba cabelo e bigode é uma expressão popular que significa fazer serviço completo. Porém, a frase da ministra mostra a necessidade de o serviço completo ser feito aos poucos, em 3 etapas.
O que é elogiável pode ser feito de uma única só vez e sem discussão ou pedidos de desculpas (não é mesmo, José Ribamar?). Elogiável, no caso, seria qualquer coisa que beneficiasse o povo para o qual o governo trabalha, principalmente na área da Saúde.
Porém, enquanto o governo 'vai ao barbeiro' (com o nosso dinheiro):
o dinheiro que é desviado, roubado, nunca é devolvido, por mais que e o valor das falcatruas se tornem evidentes - a AGU, por exemplo, que representa uma exceção, já recurou uma pequena parte e vai tentar reaver mais de 2 bilhões que foram desviados;
a politicalha já se prepara para votar aumento na verba de gabinetes dos deputados, como se eles trabalhassem tanto que além das poucas sessões parlamentares ainda precisassem de mais espaço para a vagabundagem e a roubalheira.
Os argumentos são previsíveis:
Investir menos na saúde para evitar uma crise maior no país é um deles - que o eleitor tenha sua crise estomacal e se dane! Outro, é a alegação ridícula de que esse ou aquele gasto não "prejudicaria" a área da saúde ou educação, por exemplo, pois foram planejados para outros fins (que serão devidamente desviados) Aliás, esse último argumento é uma grande prova da falta de competência para administrar - e planejar - o dinheiro público.
Aliás, é muito engraçado saber que o Senado resolveu aprovar plástica feita pelo SUS. Prova de que essa gente está fora da realidade brasileira. Filas imensas nas portas dos hospitais de gente clamando por assistência médica e até morrendo, como acontece muitas vezes, e eles se preocupam com plástica. É necessária, sim, mas que esses deslumbrados alienados saibam como é a vida do brasileiro e quais são suas prioridades. Que se 'preocupem' com a plástica só depois que o cidadão puder ser atendido para tratar das coronárias, que , aliás é problema de uma grande maioria.
Quanto à Ideli, se o negócio
"é se livrar dos pelos",
que faça sessões de quimioterapia.
Montagem